ITINERÂNCIAS FORMATIVAS
Inicio uma outra viagem ao passado para buscar minhas origens, reconhecer e revisitar a história dos meus antepassados, dos quais meu pai tanto falava, despertando a minha curiosidade.
Pode alguém sentir orgulho de suas origens humildes, das histórias bucólicas de um tempo que se foi? Sim, eu sinto esse orgulho. Principalmente do carinho que a minha gente ainda guarda pelo meu pai, a ponto de os filhos dos netos dos nossos antepassados ainda o chamarem respeitosamente de Tio Paulo.
Revisitar os lugares onde meus avós e meus pais viveram, onde eu nasci, foi uma emoção enorme. Pisar aquele chão, andar por aquelas caatingas, observar como meus primos vivem, rever Lourdinha, a minha querida prima com quem vivenciei os meus primeiros anos, lá em Nova Soure e em Serrinha... Foi muito bom... Emoção e alegria se misturam nesta experiência, início de muitas outras que comporão uma sugestiva história familiar. Foram três dias (7, 8 e 9/09/2012) de intensas observações, trilhando por aqueles sítios, flâner(ando), gravando histórias, fotografando, com os primos Jucelino e Mateus, seminaristas, interessados também pela nossas origens.
Uma parada na Fazenda Cachoeirinha, a caminho de Nova Soure
Atual casa da Fazenda Cajueirinho, em Nova Soure - Bahia, antiga propriedade de meu avô Bevenuto Eloy de Oliveira, no início do século XX. Hoje pertence aos herdeiros de Ramiro Carvalho, primo de meu pai. A casa de vô Bevenuto não existe mais.
O antigo fogão de lenha ainda usado ao lado do fogão a gás |
Uma de minhas mais fortes curiosidades é sobre uma antepassada de meu pai, da qual ele falava com muita admiração, Maria Cristina. Eu ouvia as histórias de meu pai sobre ela, mas não me ocorreu, na época, perguntar o seu sobrenome, nem ele mencionava. Dizia que ela viera de Portugal, escrevia poesias, era uma mulher decidida e muito avançada para sua época e que libertara os escravos do Pai. Que deixara uma fortuna em Portugal, mas os parentes brasileiros não tiveram condições para ir tomar posse da herança, ficando tudo para o Estado Português. Pelo que ele falava, penso que tais fatos teriam acontecido no século XVIII ou XIX.
Nesta itinerância, vivenciei momentos gratificantes, como estes: deitei e brinquei na cama que foi feita por meu pai, que fora marceneiro em Nova Soure e tirei água de uma fonte com mecanismos primitivos, mas ainda serve para regar as hortaliças da outrora sede do Cajueirinho.
Estou em busca do tronco familiar da ascendência do meu avô Bevenuto, que, segundo informações do primo Liro, que está de camisa rosa na foto, sinaliza para uma família de Paulo das Madeiras, do Araci e que viera de Portugal. Levanto a hipótese de que Maria Cristina pode ser desse tronco. Meu avô morreu em 1955, com 96 anos e meu pai não guardou seus documentos, que poderiam me dar uma pista segura de quem foram seus pais e avós. Segundo informações, minha avó Maria Rita nasceu de um dos troncos dos descendentes de Bernardo da Silva, fundador de Serrinha-Bahia, provavelmente José Ferreira de Carvalho, que fundou Araci.
Visitei a marcenaria da cidade, cujos donos são primos da família de Ramiro e que ainda guardam ferramentas que foram usadas por meu pai no tempo em que fabricava móveis. Quando meu pai saiu de Nova Soure para morar em Serrinha, deixara com eles as suas ferramentas que eles ainda guardam com carinho. Fiquei muito feliz com a forma como meu pai ainda é lembrado pelos parentes. Com um profundo respeito, uma figura popular, alvo de muitas histórias. Todos falavam do encontro de meu pai com Lampião, cada um com sua versão, que se encontravam com maior ou menor quantidade de informações e fatos bizarros, engraçados e interessantes, que demonstram que meu pai enfrentara o tão temido cangaceiro com coragem e se safara de forma muito inteligente. Visitei e pisei o chão onde meu pai se encontrara com Lampião, a antiga fazenda Tanque e dele fugira ao ser jurado de morte, indo acoitar-se com os pais e os irmãos no chamado "raso do coito", bem no então coração da caatinga que, segundo meus primos, narradores dos muitos casos, era lá que os fugitivos de lampião se escondiam até o perigo passar.
O IMAGINÁRIO POPULAR CONTA E RECONTA... CRIA E RECRIA...
REINVENTA HISTÓRIAS DE COISAS E CAUSOS ACONTECIDOS EM UM TEMPO QUE SE FOI E FICOU NA MEMÓRIA DA CIDADE, DAS RUAS, DA CAATINGA.
As histórias contadas pelos primos sobre o encontro de
meu pai com Lampião são muito interessantes, todas confirmam o encontro, o
roubo do ouro do Coronel Feliciano e a fuga de meu pai. Em todas estão presentes também o fifó e as esporas
que lampião pediu. Com certeza a mais fiel aos fatos é a que meu pai contava,
porque ele tudo vivenciou. Mas todas revelam como se movimenta o imaginário
popular, as criações e variações a partir de um fato real.
A versão de meu pai
Meu querido pai, homem
simples do campo, além do labor em seu pequeno sítio na região de Monte Alegre,
prestava serviços na fazenda do Coronel Feliciano, um dos homens mais ricos da
região. Um dia, Lampião com o seu bando invade a fazenda e obriga meu pai e os
demais empregados a servi-los.
Dizia meu velho pai que
a dispensa da fazenda (local onde eram guardados os alimentos) estava bem
sortida de carne seca, linguiça feita com carne de porco na tripa de boi seca e
bebidas típicas da região. Enquanto os velhos donos da fazenda ficaram recolhidos
nos seus aposentos sem nada poder fazer, meu pai se desdobrava para satisfazer
os desejos da turba, que bebia e comia sem cerimônias. Lampião descobrira que o
casal tinha grande quantidade de jóias em ouro, prata e pedras preciosas, em um
velho baú, além de muito dinheiro. Apropriou-se das jóias, do dinheiro do casal
e de tudo que existia na fazenda que tivesse algum valor. Corisco, o mais
temido dos vassalos de Lampião, cismou com meu pai, jurando-o de morte depois
de obrigá-lo a servir-lhes um lauto jantar. Outro detalhe é que Lampião não gostou de ser chamado de Lampião e entregou meu pai para Corisco.
Enquanto aqueles homens
comiam e bebiam, meu pai conversava com um dos capangas de lampião, que não
concordara com a ameaça de Corisco e prometera salvar-lhe a vida. Combinaram
que o rapaz distrairia o bando e meu pai fugiria pelos fundos da casa, com a
desculpa de procurar uma espora para Lampião. Assim foi feito. Meu pai pegou na
cozinha um fifó (tipo de utensílio usado para iluminar os cômodos da casa,
alimentado com querosene) e saiu sorrateiramente. Ao se encontrar a salvo no quintal
da casa, enfiou o fifó numa moita e saiu correndo... Correu... Correu... até
chegar em casa, salvando-se da ameaça de Corisco.
Intrigada, perguntei: e os
velhos, como ficaram, sozinhos na fazenda com o bando? Meu pai explicou-me que
Lampião respeitava as pessoas idosas e nada fazia com elas nem com quem atendia
aos seus desejos. Que se desentendia com Corisco, pelo seu caráter violento. E
que muitas das histórias de violências praticadas contra crianças eram
simplesmente lendas e fruto da imaginação popular. Disse ainda que Lampião era
uma figura contraditória, roubava os ricos e ajudava os pobres. E que Maria
Bonita lhe deu a impressão de ser uma mulher arrogante e vaidosa.
Narrativa de um dos moradores da cidade e membro da
família, sobre esse encontro de meu pai com lampião
"Lampião não vinha atacar aqui por causa do gringo. Ele
perguntou: tem muito macaco na Natuba? Aí o rapaz disse: rapaz, a torre da
igreja tem mais de cinquenta home lá entrincheirado. Aí se agoniaram para ir
embora, aí na danação de sair ligeiro tinha perdido até as esporas. Eles
andavam tudo a cavalo e tal, aí Paulo, o pai dela (se dirigindo a mim) catou
espora daqui e dacolá... Aí Paulo todo agastado... Minha gente, cace uma espora
aí e dê a Lampião. Ah... Meu Pai... Ele não gostava de ser chamado de Lampião
não... Era coronel Virgulino... E disse: pega esse bandido aí e segure ele...
Quero fazer um trabaio com ele. É verdade verdadeira... O veio Paulo era
sabido, conhecia tudo lá do coronel, aí saiu o bandido seguro com ele na mão,
chamava Curisco... Ta lá em cima de uma mesa de dinheiro dessa altura (marcou
uma altura de mais ou menos cinquenta centímetros) – ta lá de prata e ouro...
Aí Paulo pegou o fifó, enterrou num monte de algodão e saiu correndo... Se
picou, bateu escarrerado, chegou no Cajueirinho meia noite, chamou Nuto, que
era seu avô (dirigindo-se a mim). Pai acuda que Lampião tá no Tanque com
destino a Paiaiá. Lampião passou em Olindina e roubava as lojas e jogava tudo
pro povo. Fez a maior bagunça na feira de Olindina. Passou na fazenda de um
ricaço lá, não achou gente prá assaltar e sabe o que fez? Chamou os capanga
dele e mandou desmanchar o curral, tinha um carro na frente, um carro de boi...
Enchero o carro de lenha até a telha, mandou um capanga em Olindina que era
pertinho, pegar duas latas de querosene e lançou fogo no carro de boi. Aí o
cara disse... O cara era mandingueiro... Ele não queima carro de boi de home
mais nunca... Lampião era miserave... Pouco tempo depois morreu no Angico, foi
praga do dono da fazenda que ele queimou".
Quando visitamos a Fazenda Tanque, em início de setembro de 2012, os primos Jucelino e Mateus fizeram descrições de como era o lugar no tempo do Coronel Feliciano - histórias ouvidas dos nossos antepassados, alguns ainda vivos, outros que já retornaram para a pátria espiritual. Segundo eles, a única palmeira conhecida como "palmeira real" que ainda restava no terreno da Fazenda, dentre muitas que lá haviam no tempo do coronel Feliciano, representa um costume da época, em que os donos de terras plantavam essas palmeiras na frente da casa para simbolizar o poder que tinham perante a sociedade.
Além da palmeira, no local da casa do coronel restava apenas a caixa d'água, as ruínas da capela e uma das torres (eram quatro) porque a casa era em forma de cruz. Segundo a descrição de quem conheceu a casa, a sala era no centro da edificação, redonda, dividida por uma grade de ferro. Ainda restava no local um pedaço da grade em estilo colonial. Os 14 quartos e outras dependências eram localizados nos braços da cruz. O coronel gostava de ouvir músicas e, segundo os primos, atuais narradores, era meu pai quem girava a vitrola, de mecanismo manual, com corda giratória, para o coronel deleitar-se com as músicas de sua preferência.
Sobre o encontro de meu pai com Lampião, os primos Jucelino e Mateus fizeram uma interessante narrativa da passagem de Lampião pela fazenda Tanque, onde meu pai trabalhava:
- Mateus: "tio Paulo recebeu Lampião perto da Capela. Felicianinho (o meu tio irmão de meu pai) fugiu, deu pé no mundo e tio Paulo, também doido para fugir, começou a correr e se bateu com quem? Com Pilão Virado (surgiu a dúvida se era Pilão Deitado ou Virado) e Volta Seca, ali, onde estou apontando com meu dedo (apontava para o local em frente a capela). Eles perguntaram para onde ele estava indo e tio Paulo disse que estava chegando e ia apear o cavalo". Sobre a fuga de meu pai, depois dos contatos com Lampião, Mateus disse: "Ele desceu os brejos na direção desses coqueiros aí" (apontando para a trilha de coqueiros).
- O primo Jucelino entrou na narrativa dizendo: "tio Paulo, quando Lampião pediu a ele as esporas e que levasse onde estava o ouro do coronel, tio Paulo disse que ia mostrar o lugar do ouro. Vieram pelo corredor e tio Paulo disse: 'olha, vou levar vocês onde está o ouro' e lampião mandou dois cabras com ele, um era Corisco, o outro era Volta Seca, tio Paulo com o fifó na mão. Tio Paulo era muito sabido e enganou Lampião.
- Mateus: "Ao invés de subir onde tava ou ouro, no quarto do casal, ele desceu e veio pra o meio da casa, veio do sentido da capela, da entrada prá casa. Buinha (minha prima Lourdinha, filha de tia Zinha, irmã de meu Pai) conta que tio Paulo era um homem forte, se soltou do braços dos homens, enfiou o candeeiro no paiol e correu".
Mateus procurou descrever o ambiente da época evocando as posições do que restou no local e acompanhando os restos de alicerces. Aqui tinha uma porta, do lado direito o depósito, sentido direto da frente era cozinha e despensa, onde tem essa caixa d'água, aqui nesse sentido era quartos (mostrando o paredão que resta da amurada da casa).
- Jucelino: "tio Paulo veio, pulou, passou pela porta, veio para o alpendre, pulou o balaústre... Desceu pelo brejo".
- Mateus; "Esses coqueirais aí, onde estamos vendo o brejo... desceu esta região toda correndo, até a casa de Zinha.
- Jucelino: "Lá em baixo, bem grande tem um tanque, que era do coronel, para beber água... ele caiu no tanque e quase se afoga". "Passou na casa de Conrado, um velho que morava aí, ele correu para a casa de Zinha, lá no Cajueirinho" completou Mateus (Cajueirinho era a fazenda do meu avô Bevenuto, hoje de propriedade dos filhos de Ramiro, primo nosso, que comprara de meu avô quando todos se mudaram, por volta de 1945-1946 uma parte da família para o Araci e outra para Serrinha.
- Jucelino: ele saiu, foi para a casa de Bevenuto (meu avô) e fugiu para outro lugar, no meio do mato. Nesse lugar tinha um umbuzeiro que a galha era baixa, assentaram um moinho e levaram um mês escondidos fazendo cuscuz.
- Mateus: Lampião virou a noite aqui, deve ter dormido nos quartos de hóspedes, que ele não ia dormir no chão, nem em alpendre...
- Jucelino: Bastião (meu primo filho de tia Zinha) saia lá do mato, meia noite, e vinha aqui buscar comida e levava pra lá... (no esconderijo).
- A avó dos meninos disse, evocando o que o avô Julião contava: "quando saíram daqui dos Tanque, foram pra Paiaá... A filha do velho tava deitada, levantaram de camisola e foram para o brejo (fugindo de (Lampião).
- Jucelino: Lampião disse ao coronel Feliciano que ia voltar aqui e quando voltasse ia matar Paulo Oliviera (meu pai). No entanto, ele foi para Paiaá, entrou pelo sertão e foi se bater em Sergipe.
- Mateus; "mas tem dados de que ele passou numa terra de um Pai de Santo e foi no Paiaá que ele incendiou uma casa, Campo do Ciatá, no município de Itapicuru, tocou fogo numa fazenda, o vaqueiro mexia com casa de macumba e disse: 'mais nunca, a partir de hoje ele num queima casa de home nenhum"... E foi chegando para Angico, Serra Talhada, em Sergipe...
- Jucelino: "Chegando lá o tenente Bezerra já estava na espreita..." (o pai de santo trabalho bem... comentei sorrindo...).
Mateus: "quando a polícia encontrou Lampião, certamente encontrou uma boa parte do ouro da fazenda do Coronel, porque ele tinha acabado de sair daqui..." (dúvidas ficaram no ar sobre o destino do ouro e do dinheiro do coronel). "Olha os brejos, onde tio Paulo saiu correndo, fugindo de Lampião, ainda tem um pouco de verde, porque estamos no fim do inverno".
A observação do primo Mateus se deve ao fato de que o sertão de Nova Soure sofre os efeitos da seca, tem uma grande extensão de caatinga e no verão a paisagem passa do verde para o cinza dos galhos secos e o amarelado das poucas folhas que restam na vegetação maltratada pelo sol escaldante.
Os primos comentaram ainda que o velho coronel Feliciano fora avisado de que o Lampião estava se aproximando da região e mandara os seus empregados colocar boa parte de sua fortuna em potes de barros e enterrar pela fazenda, deixando outra parte para Lampião, porque corria a notícia de que se ele não encontrasse o que levar, matava os proprietários das fazendas. Disseram também que quando o coronel ficou muito doente os mesmos empregados roubaram os potes, mas até hoje não se sabe sobre a veracidade dos fatos.
O coronel não tinha filhos e deixou a fazenda e tudo que tinha para o meu tio Feliciano Ferreira de Oliveira, que era seu afilhado, e que, algum tempo depois, perdeu tudo para o Estado, por motivo de dividas, mudando-se para Serrinha, onde morreu anos depois, já idoso.
16 comentários:
minha mãe chamava-se Ana- filha de Antonio Pubal e da benzedeira Maria, e falava por demais de Sr. Bevenuto, Sr João Domingos e Zilu e outros, nascida em Inhambupe,minha tia Romana moradora em Nova Soure.Minha tia Cecilia (Peri-Peri, e minha tia Basilia ( Beira do Rio)-sertão da Bahia, amei ler esta história, embora eu não conheça os personagens, moro em São Paulo onde nasci, minha mãe ja falecida, o seu texto Lourdes trouxe a mim doces recordações das histórias que ouvi.Meu pai nasceu em Serra do Orobó ( homem muito bravo e violento com minha mãe), seu nome era Benedito ou Binidito como era chamado, boa sorte.
Prezada Elinaia, a complexidade das relações sociais e familiares tecem um mundo de encontros, reencontros. Desde que tomei a decisão de traçar a minha itinerância, colocando-a para o mundo virtual, neste espaço mágico que encontra as pessoas no seu mundo concreto, outras relações surgiram. Novos amigos e parentes que se apresentam. A minha viagem a Nova Soure depois de 65 anos foi motivada pelo reencontro com familiares neste espaço virtual. E surgem também pessoas que conheceram meu pai ou alguém que o conheceu.
Grande abraço para você, Lourdes Reis.
Parabéns, Sra. Lourdes, pelo belíssimo texto de memória. Sempre quando leio algo assim bonito sobre Nova Soure termino a leitura muito emocionado. Ainda são poucas as pessoas nossas conterrâneas que escrevem sobre o nosso município. Por muito tempo praticamente essa escrita ficava reduzida às belíssimas e engraçadas crônicas do José Erenilson, em especial as do livro Natubada. Aos poucos vão surgindo outras, como exemplo essa sua memória quase que no estilo dos tradicionais livros de linhagens descrevendo detalhes perfeitos sobre coreografias de cenários, personagens, origens (igualmente a do seu pai nascido no vizinho município de Araci).
Eu também estou tentando por na memória do computador algo sobre um pequeno memorial, a começar pelas lembranças de alguns dos meus ancestrais e tomando o rumo da minha vida a partir do nascimento no Breja, passando pelo povoado do Paiaiá e mediações, relatando viagens para Alagoinhas, Salvador, São Paulo e o resto do mundo e colocando um pé no Rio de janeiro e corpo e alma novamente no Paiaiá. Espero terminar isto ainda esta semana, e da mesma forma espero que a editora depois que fizer todos os seus serviços de editoração publique o livro no início do próximo ano, para fazer um pequeno lançamento também no Paiaiá, que espero ser na inauguração de um pequeno espaço exclusivo para leitura infantil com crianças dos 02 aos 06 anos de idade. Esta é mais uma aventura da minha pequena utopia viva.
Prezado Geraldo, voltar às nossas origens, rever pessoas que fazem parte de nossa história de vida, conhecer outras que nem sabíamos da existência, é uma aventura gratificante. Ao voltar a Nova Soure, depois de longos anos, foi muito emocionante para mim o passeio por aqueles sítios, pisar o chão que meus avós e antepassados mais distantes pisaram, onde meus pais viveram em seus anos de juventude. Ainda quero fazer outros relatos, outros passeios pela minha história, reconhecer outros parceiros desta caminhada pela vida. Meu pai falava com muito carinho de uma antepassada nossa, que ele chamava de Maria Cristina. Dizia que ela tinha sido poetiza e a comparava comigo. Dizia também que ela tinha parentesco com José Ferreira de Carvalho, o fundador de Araci. Ainda não consegui localiza-la entre os parentes mais próximos de meus avós. Penso até que deve ser alguém mais distante, porque, segundo meu pai, ela viera de Portugal e deixara lá, uma fortuna que os seus descendentes brasileiros não puderam ir tomar posse, ficando tudo para o Estado Português.
Lourdes, nasci no Paiaiá com quatro anos fui morar na Varzinha e com onze anos fui morar no Carrapatinho. O Estado da Bahia é o berço do Brasil, mas a formação dos povoados e pequenos Munícipios ainda são pobre de narrativas históricas. Mas acredito que registros como os seus podem resgatar a memória da formação de uma sociedade que ao custo da sobrevivência pela economia de subsistência não teve a preocupação de deixar como herança seu modo de vida. Diferente dos povos judeus, que fizeram narrativas belíssimas. A sociedade ocidental da importância aos grandes acontecimentos, esquecendo que os pequenos fatos fazem parte de grandes acontecimentos.
Estou fazendo alguns registros sobre a história regional e devo publicar esse material de alguma forma, que ainda não decidi como e onde publicarei. Narrativas como as suas incentivam-me a fazer isso com mais responsabilidades e fidelidade ao nosso povo e a nossa TERRA.
Prezado Neílton,
Fico feliz que tenha valorizado minhas narrativas. Elas são baseadas em fatos do cotidiano de uma família cujas vivências ainda estão muito presentes no sertão baiano.
Estão incompletas, devido as minhas atividades atuais que têm me deixado sem tempo para prosseguir. Seu interesse me deu novo ânimo para retomar e continuar buscando novos fatos.
Gostaria de conhecer seu trabalho.
Abraços, Lourdes Reis
Ola Lourdes, fiquei imensamente comovida com o seu blog, e vou te conta uma estoria e pedi a sua ajuda eu sou filha de Feliciano Ferreira de Oliveira, sou algumas dos filhos, pois cresci ouvindo que tinha muitos e por sinal só conheci um, quando do falecimento dele em 1965,09 de agosto. Conheci oum chamado Clovis pois na epoca iria fazer parte da herença. Ouvia dizer que tinh muitos irmãos que gostaria muito de saber da sua existencia. Principalmente de uma chamada Hilda que morava em salvador. Hoje com 60 anos moro em taubate são paulo e se possivel responda pra termos maior contato. um abraço
Nair Araujo
Ola Lourdes, fiquei imensamente comovida com o seu blog, e vou te conta uma estoria e pedi a sua ajuda eu sou filha de Feliciano Ferreira de Oliveira, sou algumas dos filhos, pois cresci ouvindo que tinha muitos e por sinal só conheci um, quando do falecimento dele em 1965,09 de agosto. Conheci oum chamado Clovis pois na epoca iria fazer parte da herença. Ouvia dizer que tinh muitos irmãos que gostaria muito de saber da sua existencia. Principalmente de uma chamada Hilda que morava em salvador. Hoje com 60 anos moro em taubate são paulo e se possivel responda pra termos maior contato. um abraço
Nair Araujo
oi \lourdes qual o seu email
Oi Lourdes tudo bem..
Gostaria de manter contato com vc, estou a procura de parentes em Serrinha-Ba.
Li, o seu blog e adorei as histórias de "causos", e o que me chamou a atenção foi o relato de algumas pessoas, inclusive quando fala que seu pai trabalhou na fazenda do Coronel Feliciano.
Sou filha do Sr.Feliciano ferreira de Oliveira, Será que é o mesmo Coronel? O Coronel também tinha um armazém de Sisal?
Quero muito resgatar a minha história. Como faço para entrar em contato com vc?
Obrigada
Nair Araujo Teles
Oi Nair... Que bom encontrar uma prima através do meu Blog!!!
Estou com minhas narrativas incompletas, mas pretendo continuar.
O coronel Feliciano era um grande proprietário de terras em Nova Soure.
Dono da Fazenda Tanque.
Meu pai e o tio Feliciano Ferreira de Oliveira, seu pai, trabalhavam com o coronel.
Como o coronel não tinha filhos e dedicava um carinho especial pelo tio Feliciano, deixou para ele seus bens.
O Tio Feliciano não administrou bem e perdeu tudo para o Estado. Hoje a fazenda está abandonada.
Estive lá há uns cinco anos e fui com os primos ver o que restou da propriedade.
Só as ruinas da Capela ainda existiam. A casa não resistiu à ação do tempo e caiu totalmente.
Só restaram as lembranças que os primos me contaram.
O armazém de sisal do tio Feliciano era em Serrinha e também não existe mais.
Grande abraço.
Falar de Nova Soure é muito gratificante principalmente para aqueles que estar ausente destas terras querida que sempre tem o prazer de ouvir suas histórias, eu tenho mais de cinquenta anos deixei estas terras e minhas raiz: Eu sou neto de José Gonçalves de Souza, e de dona Joaquina Dantas Dias, meu Pai Salvador Gonçalves de Souza, conhecido por Dodo já falecido meu nome Geraldo Antonio lima de Souza. Hoje estou arrumando a mala pra voltar a minha querida terra a qual pretendo ficar até o fim dos meus dias. abraços a todos e estou feliz por falar de N. Soure.
Itabuna 13 Março 2017.
Parabéns pela linda historia, tive a opoetunidade de conhecer Nova Soure e outras cidades da região onde moravam meus antepassados.
Sigo fazendo trabalho de genealogia por parte de pai e mãe, e tudo que apreendo sobre Ferreira só me da mais orgulho.
Eduardo Ferreira.
Lourdes, que ótimo document´rio e que ótimo texto! Parabéns!
Sou um entusista destas histórias, sou de São Paulo mas minha família é da cidade vizinha de Soure: Cipó. Minha mãe nasceu em Nova Soure. Tenho feito um trabalho de resgate de historia familiar que será publicada num livro.
Aos poucos tenho deixado no blog https://oumbuzeiro.blogspot.com.br , inclusive com passagens de Lampião por la.
Adorei conhecer seu trabalho!
Desejo muito sucesso a você!
Olá,Lourdes...você pretende dar continuidade aos seus relatos?
Estou encantada!
Me entristece saber como são escassas as informações sobre a região.Relatos como o seu são importantíssimos...obrigada!
minha família é de Nova Soure,de uma Fazenda chamada Quixabeirinha.Você já ouviu falar?
Lindo teu blog! com teus contos e histórias de NOVA SOURE-BA. Minha avó (já falecida) nasceu nesta cidade me 1912. Creio que ainda tenho parentes nesta região. Tem alguém ou estudioso aí em Nova Soure que pois genealogia das famílias desta região? meu e-mail.: henriquephotosrj@gmail.com
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