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ASTROGILDA P. GUIMARÃES: SIGNIFICÂNCIAS DE UM EXEMPLO DE MULHER, MÃE E PROFESSORA

O PRIMEIRO ENCONTRO

A professora Astrogilda Paiva Guimarães exerceu significativa influência em toda a minha vida pessoal e profissional. A lembrança mais antiga que guardo dela é em uma sala de aula, na bucólica cidade de Serrinha, lá pelos idos de 1951, repleta de alunos do curso primário, barulhentos, irrequietos e também atentos a tudo que ela dizia e fazia para que aprendêssemos, principalmente a falar e escrever corretamente a nossa língua. Naquele tempo, não tão distante assim, nós respeitávamos as nossas professoras, sem perder o espaço da infância brincante e alegre. Principalmente se éramos alunos da professora Astrogilda, que sabia articular autoridade, alteridade e respeito pelo ser humano. Aprendíamos a distinguir e utilizar cada momento: o de estudar e o de brincar. Aquela figura austera, amiga e carinhosa, sentada à sua mesa ou diante do quadro negro, a conversar ou a explicar alguma lição de aritmética, de história, de ciências ou de geografia, sempre articulando a gramática aplicada com suas lições, imprimia em nós a segurança de que precisávamos para construir a nossa identidade e o nosso vir a ser como pessoas e como seres sociais.

Sinto saudades de minha mestra querida. Sinto saudades daquele tempo que já passou e me pergunto pensativa: onde andará a minha professora, que caminhos estará a trilhar agora, em qual lugar ou momento do universo estará a vivenciar suas histórias e experiências de vida? Como saber? Não saberei. Apenas poderei imagina-la a cumprir o seu mister em algum lugar, tão feliz quanto sempre soube ser quando aqui esteve com seus alunos, com seus familiares e amigos. Depois desta experiência no curso primário, fui sua aluna no ginásio e no curso normal, onde ela era professora de Português, quando aprendi, e meus colegas também, a falar e escrever corretamente a língua portuguesa. Ela, naquela época, fazia-nos aprender a partir de um trabalho de gramática aplicada, em que nós estudávamos de modo correto e prazeroso, amando e gostando de nosso idioma, como não vemos acontecer atualmente, apesar de toda a evolução tecnológica.

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