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CLÁSSICOS DA LITERATURA


CASTRO ALVES

CASTRO ALVES EM BICO DE PENA - AUTORIA DE LOURDES REIS

Antonio de Castro Alves viveu intensamente a sua juventude, com seu modo vibrante de encarar a vida e de se relacionar socialmente. Foi um apaixonado pelas causas sociais, principalmente na luta contra a escravidão. Toda a sua vida foi movida pela paixão e pelo amor. Tinha o dom de se fazer amar e admirar pelo seu temperamento impetuoso, lúcido e destemido.

Tantas pessoas já falaram deste condoreiro do amor, desta alma inquieta que parecia prever a sua breve passagem por este plano de vida e tudo fazia para viver com todas as forças, com todas as paixões a curta vida que lhe restava. Portanto, não quero aqui, traçar mais uma biografia sua, que existem a mãos cheias, mas fazer-lhe uma justa homenagem, que saiu de minhas inspirações, como admiradora de sua arte e do seu jeito de ser. No poema que lhe fiz, retrato o meu modo de vê-lo e de senti-lo.

Homenagem a Cecéu


Lourdes Reis

O condoreiro abre as asas para o infinito!
Conduz o seu fado até as musas do além
Deixando para sempre na Terra o seu grito...
Marcando de glórias a sua luta pelo bem!
Eleva aos céus o seu rastro de Luz,
Enquanto choram na Terra as amantes nuas...
De seu amor deserdadas... carregando a cruz
Da tristeza sem par, em lágrimas contidas!

O celestial manto em festivos abraços
Acolhe o intrépido namorado das gentis donzelas...
Defensor dos desolados negros das úmidas senzalas...       
Onde o sopro do amor o guiará na tempestade,
A esperança triunfará das emoções,
A vontade esmagará o dardo cruel da dor...
Onde as vagas do mar imenso da saudade
Banharão os seus pensamentos de doces recordações!

Retorna ao Lar o amante da vida...
Não mais a fronte pálida de dores retorcida...
Nem lágrimas de solidão a banhar-lhe a face...
Liberto do medo e da incerteza... em doce calma
O céu lhe devolve a juventude, o fulgor...
A força, a alegria, a audácia, o destemor
Dos dourados anos que o implacável mal
Tão depressa e cruelmente lhe roubara!

Recolhe os destroços da matéria
A fria lápide... indiferente e morta...
Libertando o pássaro cativo... a buscar
Na imensidão do infinito, antigos amores...
Afetos de outras lidas, na luz indene e etérea
Que aquieta os mais íntimos temores...
Na conquista da paz que anseia,
Da felicidade sonhada e no peito acalentada!

Ainda mais vibrante e impetuoso...
Por seus ideais agora luta vigoroso...
Ante o olhar complacente e sábio
De Deus que lhe responde...
No movimento incessante da natureza,
Na clareza sublimada da verdade pura,
Que o espírito liberto vibra atuante e forte,
Fulgurante nos acordes do universo!





COELHO NETO


Texto disponível em: http://www.casadobruxo.com.br/poesia/c/coelhobio.htm

Coelho Neto (Henrique Maximiano C. N.), professor, político, romancista, contista, crítico, teatrólogo, memorialista e poeta, nasceu em Caxias, MA, em 21 de fevereiro de 1864, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 28 de novembro de 1934. É o fundador da Cadeira nº 2 da Academia Brasileira de Letras, que tem como patrono Álvares de Azevedo.

Foram seus pais Antônio da Fonseca Coelho, português, e Ana Silvestre Coelho, índia. Tinha ele seis anos quando seus pais se transferiram para o Rio. Estudou os preparatórios no Externato do Colégio Pedro II. Depois tentou os estudos de Medicina, mas logo desistiu do curso. Em 1883 matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo. Seu espírito revoltado encontrou ali ótimo ambiente para destemidas expansões, e ele se viu envolvido num movimento dos estudantes contra um professor. Prevendo represálias, transferiu-se para Recife, onde fez o 1o ano de Direito, tendo Tobias Barreto como o principal mestre. Regressando a São Paulo, entregou-se ardentemente às idéias abolicionistas e republicanas, numa atitude que o incompatibilizou com certos mestres conservadores. Deu por concluídos os estudos jurídicos, em 1885, e transferiu-se para o Rio. Fez parte do grupo de Olavo Bilac, Luís Murat, Guimarães Passos e Paula Ney. A história dessa geração apareceria depois no seu romance A Conquista (1899). Tornou-se companheiro assíduo de José do Patrocínio, na campanha abolicionista. Ingressou na Gazeta da Tarde, passando depois para a Cidade do Rio, onde chegou a exercer o cargo de secretário. Por essa época começou a publicar seus trabalhos literários.

Em 1890, casou-se com Maria Gabriela Brandão, filha do educador Alberto Olympio Brandão. Do seu casamento teve 14 filhos. Foi nomeado para o cargo de secretário do Governo do Estado do Rio de Janeiro e, no ano seguinte, Diretor dos Negócios do Estado. Em 1892, foi nomeado professor de História da Arte na Escola Nacional de Belas Artes e, mais tarde, professor de Literatura do Ginásio Pedro II. Em 1910, foi nomeado professor de História do Teatro e Literatura Dramática da Escola de Arte Dramática, sendo logo depois diretor do estabelecimento.

Eleito deputado federal pelo Maranhão, em 1909, e reeleito em 1917. Foi também secretário geral da Liga de Defesa Nacional e membro do Conselho Consultivo do Teatro Municipal.

Além de exercer os cargos para os quais era chamado, Coelho Neto multiplicava a sua atividade em revistas e jornais de todos os feitios, no Rio e em outras cidades. Além de assinar trabalhos com seu próprio nome, escrevia sob inúmeros pseudônimos, entre outros: Anselmo Ribas, Caliban, Ariel, Amador Santelmo, Blanco Canabarro, Charles Rouget, Democ, N. Puck, Tartarin, Fur-Fur, Manés.

Cultivou praticamente todos os gêneros literários e foi, por muitos anos, o escritor mais lido do Brasil. Apesar dos ataques que sofreu por parte de gerações mais recentes, sua presença na literatura brasileira ficou devidamente marcada. Em 1928, foi eleito Príncipe dos Prosadores Brasileiros, num concurso realizado pelo Malho. João Neves da Fontoura, no discurso de posse, traçou-lhe o justo perfil:

"As duas grandes forças da obra de Coelho Neto residem na imaginação e no poder verbal. ... Havia no seu cérebro, como nos teatros modernos, palcos móveis para as mutações da mágica. É o exemplo único de repentista da prosa. ... Dotado de um dinamismo muito raro, Neto foi um idólatra da forma."

Principais obras: Rapsódias, contos (1891); A capital federal, romance (1893); Baladilhas, contos (1894); Fruto proibido, contos (1895); Miragem, romance (1895); O rei fantasma, romance (1895); Inverno em flor, romance (1897), Álbum de Caliban, contos (1897); O morto, romance (1898); A descoberta da Índia, narrativa histórica (1898); O rajá do Pendjab, romance (1898); A Conquista, romance (1899); A tormenta, romance (1901); Turbilhão, romance (1906); Vida mundana, contos (1909); Banzo, contos (1913); Rei negro, romance (1914); Mano, Livro da Saudade (1924); O polvo, romance (1924): Imortalidade, romance (1926); Contos da vida e da morte, contos (1927); A cidade maravilhosa, contos (1928); Fogo fátuo, romance (1929). Publicou, ainda, peças de teatro (vários livros), crônicas, críticas, obras didáticas, discursos e conferências.



MACHADO DE ASSIS




Joaquim Maria Machado de Assis foi um dos escritores que mais me impressionou na minha juventude. Dava gosto ler suas obras, que ainda tenho na minha biblioteca, como uma relíquia (Obras completas em 31 volumes). Li toda a coleção, encantando-me sempre com a sua capacidade de comunicação elegante, crítica, analítica, clara e envolvente. Um dia, emprestei o livro nº 6 a uma namorada de um de meus irmãos, o namoro acabou e ela sumiu com o livro. Procurei sem descanso, até que encontrei um volume no Sebo da Rua da Ajuda, em Salvador. Comprei-o e voltei feliz para casa, com o meu tesouro.

Era mestiço, filho de Francisco José de Assis e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis. Mesmo enfrentando sérias dificuldades, porque pertencia a uma família pobre, Machado de Assis tornou-se um dos maiores escritores brasileiros.

Seu primeiro trabalho literário foi o poema “Ela”, quando tinha 16 anos, publicado na revista Marmota Fluminense em janeiro de 1855. Trabalhando como aprendiz de tipógrafo, na Imprensa Nacional desde os 17 anos, tomou gosto pelas letras, aventurando-se a produzir em diferentes gêneros literários, com reconhecido sucesso. Escreveu contos, romances, novelas, crônicas, poesias, críticas, ensaios e artigos para jornais. Foi um exemplo de fé, coragem e dinamismo, apesar de ter uma saúde frágil.

Colaborou com vários periódicos como: o Correio Mercantil, a Marmota, o Jornal das http://www.machadodeassis.unesp.br/downloads/semanailustrada/n1.pdfFamílias, a Semana Ilustrada, O Globo, a Gazeta de Notícias, O Cruzeiro, A Estação, a Revista Brasileira; fez parte da redação do Diário do Rio de Janeiro. De seu círculo de amigos faziam parte José de Alencar, Joaquim Manoel de Macedo, Quintino Bocaiúva, Gonçalves Dias, Faustino Xavier de Novais, José Veríssimo, entre outros.

Colaborou com a fundação da Academia Brasileira de Letras e ocupou o cargo de presidente da instituição até sua morte em 29 de setembro de 1908, no Rio de Janeiro.

Primeiros romances que li e me influenciaram para continuar lendo Machado: Helena, Memórias Póstumas de Brás Cubas e A mão e a Luva. 


Informação importante, imperdível: a Revista O Cruzeiro está digitalizada. Endereço: 
http://www.memoriaviva.com.br/ocruzeiro/


SEMANA ILUSTRADA Nº 1 -
http://www.machadodeassis.unesp.br/downloads/semanailustrada/n1.pdf

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